Homens não são todos iguais

 homens
Por

Thamilly Rozendo

Sempre escuto a mesma história de corações partidos, cujo vilão é sempre o homem. Mas, pera lá moça, homens também sabem amar. Eles podem ter um jeito bagunçado, que soa como desinteressado às vezes, mas também amam. O tempo de entrega talvez seja mais demorado, mas eles também sabem se envolver.

Sentem falta e perdem a concentração das coisas quando se lembram daquele sorriso e deixam escapar aquela fala de saudade no meio da semana, como quem quer vê-la novamente. É que, depois de tantos tombos e tantas feridas, a gente acaba ficando na defensiva e faz pose de durão, para esconder um coração partido – é um ótimo disfarce.

Esses dias, escutei o desabafo cansado de um amigo que não aguentava mais ouvir a frase: “Homens são todos iguais”. Ei, não se prenda a isso não, só porque um babaca não soube ser homem. Não se prenda a esse clichê cansado só porque alguém não fez a diferença na sua vida como você gostaria de fazer na vida dele.

Homem também sabe amar. Uns amam dando flores e fazendo declarações, outros gostam de elogios, outros amam oferecendo a sua companhia. Cada um tem um jeito todo seu de ser e demonstrar o que sente, assim como nós, mulheres.

Nessa história de amor só não vale comparar, é melhor desconstruir esse padrão de homem perfeito, porque tenho uma péssima notícia pra você: eles não são todos iguais, mas são todos imperfeitos, assim como eu e você.

Então, esquece essa teoria, não use como modelo de homem um babaca que passou na sua vida e a deixou assim com feridas, por alguém que não soube valorizar o seu sorriso bonito e que não viu a verdadeira beleza que há em você.

Talvez você pense que os homens realmente são todos iguais e que, de alguma forma, eles não sofrem por amor. Mas eu digo que, às vezes, é mais fácil colocar uma máscara do que se desfazer de toda a armadura. É mais fácil fingir que não sente nada do que ir para uma guerra que, a gente sabe, vai nos machucar.

Depois de uma entrega, depois de tanto se doar a alguém por inteiro, preparar o café da manhã, comprar flores e deixar o chocolate favorito em cima da cama, nós preferimos nos esconder a tentar novamente.

Recomeçar cansa e, depois de tantos fins, decidimos repousar a nossa alma e o nosso coração, como quem pede por descanso. E então, quando a noite chega, esse alguém se despede como quem não quer ficar, coloca o bilhete rasgado no bolso, levando junto o seu coração. E aí você desmonta por inteiro e perde, por algum tempo, a direção.

Levamos tempo para nos recompor da poesia escrita de madrugada, do amor que ficou nas entrelinhas e do choro que quis aparecer quando a ideia do “o que eu fiz de errado” tomou conta dos nossos pensamentos, causando-nos uma angústia gritante.

E então, a gente se questiona e tenta pensar em que ponto falhou: você vai mesmo embora sem ao menos me dizer o que aconteceu? Eu lhe dei meu coração e você me entrega ele partido, sem esboçar nenhuma expressão de que não está bem com tudo isso? E aí, depois de se recompor, depois de se refazer, você evita de longe pensar em relacionamento, de certas coisas é melhor manter distância.

Tenta apagar o passado e esconde qualquer chama que tenta reacender. Você decide sair mais com os seus amigos e, sei lá, nem quer falar de casamento, ou conhecer alguém, pelo menos por um bom tempo. Ainda dói se lembrar desse alguém.

E, quando você se fecha, leva fama de coração de pedra, o que “não sabe amar” e, de brinde, ainda escuta o clichê cansado de que homens são todos iguais. Essa frase pode soar como inofensiva, mas anula todo e qualquer sentimento, como se os homens de fato não soubessem amar.

As desculpas usadas para não se envolver são tantas, que a gente perde até a conta. A verdade é que mulheres também sabem quebrar um coração, mas há mulheres que sabem amar como ninguém, seja ela intensa, chorona ou dramática.

Da mesma forma, há homens que não pensam duas vezes antes de machucar um coração e não se importam em criar feridas, mas há homens que, mesmo amadores, sabem amar como ninguém, provando todos os dias o quanto gostam da sua companhia.

Então, deixa pra lá esse clichê cansado, porque, no somatório dessa história, somos dois corações partidos, dois corações que souberam amar quem não tinha nada para oferecer a não ser feridas. Somos dois corações que, depois de tanto se machucar, desacreditaram e desejam se recompor.

Dois corações que preferiram, por um tempo, não embarcar nessa aventura do amor e isso, embora soe como falta de afeto, é apenas uma pausa para um coração intenso que cansou de sentir muito.

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Estudo descobre o que faz as pessoas serem mais “diurnas” ou “noturnas”

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Estudo descobre o que faz as pessoas serem mais “diurnas” ou “noturnas”

POR LUCAS ALENCAR, com supervisão de Cláudia Fusco

Algumas pessoas se sentem mais produtivas acordando ao nascer do sol e indo dormir assim que a noite cai. Outras, preferem permanecer despertas ao longo da madrugada e acordar quando a tarde já está começando. Mas o que define se você é uma pessoa matutina ou noturna? De acordo com um estudo publicado na última edição da revista Nature Communications, são os genes.

A pesquisa, encomendada pela companhia 23andMe, que fabrica produtos para análise genética, analisou o DNA de 89 mil pessoas e as respostas delas a duas perguntas sobre hábitos e horários. Baseado nisso, os pesquisadores chegaram a algumas conclusões sobre as características das pessoas matutinas:

– 48% das mulheres produzem mais se dormem cedo e acordam cedo. Entre os homens, a porcentagem é de 40%

Somente 24% das pessoas abaixo dos 30 anos prefere acordar cedo. Entre os mais velhos, acima de 60 anos, os madrugadores representam 63%.

– Aqueles que dormem cedo e acordam cedo têm menos chances de sofrer de insônia.

– Pessoas que estão nos extremos do IMC – o índice que calcula a massa corporal –, acima do peso ou abaixo do peso, geralmente têm hábitos noturnos.

Os autores do estudo, porém, alertam que tudo não deve ser levado ao pé da letra, já que todas as pessoas analisadas eram de etnias europeias e responderam apenas duas perguntas sobre seus hábitos. O importante, eles concluem, é que a pesquisa identificou diferentes localizações no genoma que podem ser úteis em estudos mais aprofundados sobre os hábitos e horários das pessoas.

Então, você que costuma dormir e acordar tarde, agora tem um ótimo pretexto: “Desculpa, está nos meus genes…”.

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Calma, amor nenhum deve chegar às pressas. Encontre paz antes de qualquer começo

Salve algumas exceções, não é como se o amor sempre batesse na porta e encontrasse um canto reservado e à espreita para acontecer. Porque colocar tudo de você, esperando e supondo, não fará com que ele chegue mais rápido. Amor nenhum deve chegar às pressas. Encontre paz antes de qualquer começo, antes de ser sorteado nessa romântica loteria.

O idealismo proposto pelo amor é tentador. Você imagina os carinhos e as trocas com alguém especial. As mensagens, as ligações para saber se está tudo bem. Vai levando ao pé da letra o manual da conquista e das etiquetas amorosas. Mas esquecemos do outro lado. Relacionamentos íntimos não são brinquedos de ego. Satisfazer o grande sonho do “amor de uma vida inteira” nem sempre trará a tranquilidade esperada. Talvez seja por isso que, depois de um tempo, amores terminem. Essa urgente expectativa maltrata até os menos sensitivos do encontro.

Em vez de maquinar no coração como estar junto é imprescindível, dê passagem para um pouco de solidão. Gaste um tempo consigo. Receba e admire o mundo de oportunidades apresentadas. Cuide da sua própria serenidade, antevendo uma possível premiação da vida. O amor é um conjunto de responsabilidades. Equilíbrio, entende?

Quem sabe, de repente os espaços de agora sejam motivos para inteiros mais adiante. Não dói ter cuidado. Cansativo é quando você ultrapassa etapas em nome do amor. É bem diferente de entrega, de permitir-se amar. Não pressione os organismos da felicidade. As nuances do romantismo também respiram por aparelhos, se você deixar.

Calma, nada de pânico. Você quer ver, sentir e tocar o amor com a máxima passada pelas novelas e filmes hollywoodianos. O amor não é um abismo no qual você é empurrado, assim, uma única vez. O amor ainda é um bicho indefinido e impreciso. Compreendê-lo leva tempo e saudade. Por isso ser harmonia é tão essencial antes do início de qualquer caso de amor.

 

Pão com queijo. O que isso tem a ver com a sua vida?

arco iris nas gotas

 

Durante anos o meu café da manhã, e o meu café da tarde, foi uma fatia de pão integral torrado com requeijão, e café.

Depois de comer o pão torrado com requeijão, eu comia uma fatia de queijo branco derretido. Como prêmio de consolação.

Até que a Sandra me levou, em Americana, a um misto de restaurante, padaria e doçaria.

Olhei para o cardápio cheio de delícias fotografadas e pedi aquele cuja foto me pareceu simpática. Junto da imagem estava escrito: “o mais pedido no horário das 15.”

É a hora do meu café. Pensei: que saudades do meu café. Nem peço café quando vou por ai, porque ninguém sabe fazer o meu café.

Quando o pedido chegou descobri que nada mais era do que uma baguete de pão integral com requeijão e queijo branco derretido. Deliciosa!

Fez-se a luz: e se eu chegasse em casa e fizesse a minha torrada de pão integral (pão de forma mesmo) com requeijão, e adicionasse o queijo branco, exatamente como havia comido, o resultado seria igual?

Foi o que fiz, e desde então, nunca mais separei a dobradinha. Ganhei em sabor e para ficar mais próximo possível do original, fiz o que eles fizeram: serviram as duas metades separadas.

Usei duas fatias de pão integral, lambuzadas de requeijão com a sua respectiva fatia de queijo quente. Separadas. O queijo por cima.

E animada com o resultado, inventei de colocar dois tomatinhos cerejas previamente esquentados no forno.
No capricho!

Isso me fez pensar: quantas coisas fazemos no automático e nos descuidamos dos detalhes.

Mas o requinte está nos detalhes! E nesse sentido, o sabor melhora com o requinte! Ignorar detalhes é perder sabor. Todo chefe de cozinha sabe disso e -por saber- nos parece tão afrescalhado, com suas exigências que nos soam descabidas.

Resumidos que somos. Mas não é só isso. A questão é mais profunda.

Envolve fundamentos da neurolinguística.
Envolve cultura.
Envolve tradição.
E envolve algum resquício de culpa, de dever, de negação de prazer.

No meu caso, ao comer o pão separado do queijo, inconscientemente, eu estava fazendo uma coisa que sempre faço, desde a infância: escolhendo o que é ruim primeiro, e deixando o gostoso para o fim.

Ao fazer isso, eu engolia o pão seco, levemente lambuzado de requeijão, e pensava: daqui a pouco eu ganho uma fatia de queijo branco derretido.

Daqui a pouco. Agora não posso. Agora ainda não mereço. Primeiro o dever, depois o prazer.

Foi assim que me ensinaram e que fui condicionada a pensar: Deus fez o mundo em 6 dias, e no sétimo, descansou. Só não me falaram que Deus vive tudo ao mesmo tempo, e que o tempo de Deus não tem passado e nem futuro, é um eterno HOJE E AGORA.

Compartimentando a comida em categorias estanques, estendi a mesma ideia para outras coisas da minha vida: a melhor roupa fica para os dias especiais, há roupas para ficar em casa, e há roupas para sair.

De manhã, devo fazer tudo o que não gosto, à tarde fico livre para fazer tudo o que gosto. E como sou essencialmente matutina, o que não faço de manhã, acabo não fazendo a tarde, e deixo para lá o que gostaria de ter feito.

Esses esquemas de sabotagem que montamos para o nosso funcionamento nos fazem totalmente previsíveis e robóticos.
Mas é assim que funcionamos a contento. E a contento significa: fazendo tudo do mesmo jeito que sempre fizemos.

Não passa pela nossa cabeça juntar o pão torrado com o queijo e comer tudo junto.

E só mesmo quando alguém ousa quebrar os nossos paradigmas, a gente engole. Engole e gosta.

E pensa: como não pensei nisso antes?

A falsa autoestima: uma máscara que esconde o que existe por baixo

escalando nuvesn - FB

A falsa autoestima é como uma imagem que criamos para nos proteger, não para nos prejudicar, mas para fingir que não temos problemas de segurança.

Muitas vezes, as mesmas pessoas que criaram uma falsa estima, não têm conhecimento de que elas têm, na verdade, uma estima baixa porque as ferramentas que elas usam para esconder a verdade enganam até a elas mesmas.

Abaixo veja 5 falsas  aparências que podem esconder uma estima baixa e muito frágil

Beleza:

Muitos pensam que uma pessoa bonita, deve ter necessariamente uma autoestima elevada, mas isso não é verdade. A autoestima não dependente de uma pessoa ser mais bonita ou mais feia. Há belezas com baixa autoestima, e pessoas que estão fora dos padrões sociais e possuem uma ótima estima. Uma pessoa é muito mais do que o seu físico. Existe toda uma personalidade por trás dos atos, decisões e sentimentos. Uma pessoa “menos bonita” (dentro dos padrões sociais)  pode fazer muitas coisas e não deixar que a aparência influencie em sua vida decisivamente.

Entretanto, será que dá para saber se uma pessoa tem uma boa autoestima ou se essa estima é falsa?

Pessoas que são bonitas, mas têm estima baixa se sentem como uma fraude. Toda e qualquer imperfeição que acham em si, seja estar despenteada, sem maquiagem ou roupa “adequada” deixa essa pessoa rápido e extremamente insegura. Essas pessoas são reféns de roupas e acessórios de grife, pois medem sua estima pelo preço do que vestem. Se gastam muito, acham que valem mais e que os outros também acharão que elas têm mais valor. Você nunca vai ver essas pessoas descuidadas e negligentes porque isso as faz perder a confiança. Elas se apegam à imagem porque duvidam do seu próprio valor. Infelizmente, isso pode sair pela culatra, porque uma vez que a beleza física declinar, também a segurança afundará com ela e a confiança desaparecerá. Nesse momento vemos pessoas exagerando em plásticas em busca de uma juventude e de uma confiança que não tem volta.

O sucesso profissional:

Para alguém que tem estima baixa nada pode ser melhor do que um bom posto de trabalho para se esconder e esquecer que, na verdade, não se valoriza. As pessoas com baixa estima e que se escondem atrás de seu sucesso profissional são as que dão sua vida pelo trabalho com pouco ou quase nenhum tempo de folga. Eles não se importam com  a falta de tempo porque sentem que o trabalho lhes fornece uma identidade que lhes dá segurança. ” Eu sou advogado, eu sou médico, sou um diretor, eu sou …” serão palavras mágicas que farão com que essas pessoas se sintam valorizadas EXTERNAMENTE.

Essas pessoas precisam de um “título” porque sem seu trabalho elas sentem que não têm valor. Quantas pessoas você já conheceu que fazem questão de serem chamadas de “doutor”, por exemplo?

Nós não somos nosso trabalho e um bom cargo não deve substituir a identidade de uma pessoa. Uma pessoa com uma estima saudável não se sentirá superior por causa do cargo que ocupa. Essa pessoa desfrutará de seu cargo sem alarde, pois não precisa dele para se sentir alguém.

Já uma pessoa com falsa estima precisará se autoafirmar pelo seu cargo, não exitará em pisar em outras pessoas e achará que é “superior” aos que estão ao redor.  O complexo de superioridade esconde fraqueza e é como um mecanismo de defesa que coloca a mente em função de uma falsa estima, mas que na verdade promove um auto engano como uma medida de “salvação” interna.

Economia e posses:

Tal como acontece com o local de trabalho, pessoas que acumulam muitas posses e bens materiais podem ficar cegas para a sua própria identidade . Essas pessoas podem pensar que elas são sua própria riqueza, elas confundem-se com seus bens. A característica de uma pessoa com falsa estima nesse caso seria se orgulhar demasiadamente de seus pertences e, sobretudo, comprar tudo para estar na última moda em todos os sentidos, seja em roupas, eletrônicos, etc … Eles precisarão ter o melhor dos melhores e os superlançamentos para se sentirem importantes. Prestem atenção que gostar de coisas novas e boas é diferente de sentir que “tem que se ter” tudo o que é top de linha.

Essas pessoas precisam exibir o que têm e mostrar exageradamente seus bens para receber o reconhecimento da sociedade. Sãos os “reis do camarote” que alimentam uma estima falsa agarrando-se às coisas externas como o trabalho, o dinheiro, posses, beleza, etc.

Já as pessoas com uma estima saudável, quando estão financeiramente bem, não sentem a necessidade de se apegar à moda. Elas não vão se importar se estiverem carregando um telefone que não é o último lançamento, nem precisarão usar marcas caras, ou ter um carro de extremo luxo, etc … Elas não precisam porque seu objetivo de vida não é se destacar dos outros e é justamente por isso que elas aproveitam muito mais o que têm, com humildade e sem se sentirem superiores a ninguém. Por desfrutarem de uma boa estima, elas não se importam com o que os outros pensam e não precisam se gabar de qualquer coisa. Eles não buscam o reconhecimento de ninguém porque o possuem em seus interiores.

Narcisismo:

Outra forma de esconder as inseguranças, seria usar uma máscara de narcisismo. Essas pessoas pensam que inflar o ego e exibirem-se resolverá o seu problema.

Muitas vezes eles não o fazem conscientemente, mas por não se sentirem valorizados, criam uma falsa identidade que precisa se sentir bem e aceita na sociedade. Eles vendem uma imagem, postam dezenas de selfies nas redes sociais, mas, na verdade, internamente não se sentem confortáveis. Essas pessoas também podem se tornar cruéis. Uma pessoa que não ama a si mesma pode tentar atacar as fraquezas dos outros para se sentir melhor e mais poderosa.

Instabilidade nas relações amorosas:

Pessoas inseguras têm medo de compromisso. Alguns buscam parceiros com um perfil de liderança e se deixam levar. Outros, para se esconderem do medo do compromisso, tentam vincular-se de forma passageira. Podem ser pessoas sedutoras e que esbanjam sensualidade. Nos homens a figura do “galã” se encaixa bem na descrição. Na verdade eles temem gastar muito tempo com a mesma pessoa, tem medo de se apaixonar e também sabem que, como muito do que mostram é encenação, não sustentarão o papel apresentado. Eles costumam se gabar de paquerar muito, mas são, na verdade, inseguros e incapazes de ter uma parceira estável em uma relação madura.

Características relacionadas a uma estima falsa

Sentimento de superioridade, a inveja, a crueldade para com os outros. Quer conhecer alguém? Apenas observe como essa pessoa trata os outros.

Outros sintomas incluem:  a arrogância, o orgulho, julgamento. Não são capazes de reconhecer seus próprios erros e muito menos de pedir desculpas.

As pessoas que falam demais, colocam e dão muita ênfase em ser o centro das atenções, também tendem a ter baixa autoestima. A necessidade de se gabar sobre a sua vida, de fazer grandes promessas ou mesmo de montar grandes projetos aos quais não darão sequência são maneiras de se valorizar. Pessoas que passam muito tempo se gabando, fazem isso porque dentro de si não se aceitam. É como se, por um momento, eles fossem os protagonistas de uma fantasia que os coloca em um lugar muito bom.

Quando uma pessoa erra, você também pode ver muito bem como é a estima dela. Aqueles que são capazes de reconhecer um erro, mas não se culpar pelo que aconteceu, porque eles não sentem que eles são o problema, e sim as estratégias que escolheram, esses têm boa autoestima. Essas pessoas também não ficarão se lamentando antes de  buscar um novo caminho para alcançar seu objetivo.

Quanto mais nos desapegamos de posses e aparências, mais nos aproximamos de nosso “eu”. Pessoas de baixa estima levam muito mais tempo para superar as adversidades da vida , mesmo que precisem se apegar a uma doença psicossomática como um modo de vida e se esconderem em novos papéis: o de vítima, por exemplo. Por isso, é muito importante manter uma estima saudável, ela é a base de toda a nossa vida emocional e determinará a completude e o real significado de nossa existência.

Por Cristina Pérez, via: La mente es maravilhosa

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti

Do original: La falsa autoestima: una máscara para ocultar que la tenemos baja

CONTI outra

As publicações do CONTI outra são desenvolvidas e selecionadas tendo em vista o conteúdo, a delicadeza e a simplicidade na transmissão das informações. Objetivamos a promoção de verdadeiras reflexões e o despertar de sentimentos.
 http://www.contioutra.com/falsa-autoestima-uma-mascara-que-esconde-o-que-existe-por-baixo/

Os 10 conselhos que recebemos antes de nascer

barriga de grávida com pezinho - FB GG

Cada pessoa carrega consigo crenças que aprende e desenvolve ao longo da vida. Não existe certo ou errado e a liberdade faz morada nas escolhas que acalmem seu coração e tenham significados particulares.

Independente de crença religiosa, os 10 conselhos que estão listados abaixo trazem em si sabedoria e possibilidade de reflexão. Por isso, e por nenhum motivo além desse, os reproduzimos para o público CONTI outra.

1. Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.

2. Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes.

3. Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os experimentos ‘mal sucedidos’ são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam.

4. Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada a você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima.

5. Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.

6. ‘Lá’ só será melhor que ‘aqui’ quando o seu ‘lá’ se tornar um ‘aqui’. Você simplesmente terá um outro ‘lá’ que novamente parecerá melhor que ‘aqui’.

7. Os outros são apenas espelhos de você. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.

8. O que você faz da sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.

9. As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e confiar.

10. Você se esquecerá de tudo isso.. e ainda assim, você se lembrará.

Autor desconhecido

http://www.contioutra.com/os-10-conselhos-que-recebemos-antes-de-nascer/

Os filhos do Quarto- Cassiana Tardivo

Estou para escrever desde o dia que me peguei chorando por aquele garoto de 13 anos em São Vicente que por uma brincadeira, veio a falecer.

Não sejamos exageradas para dizer que só agora com advento da WWW temos perdido filhos. Eles faleciam também antes disso.

Mas antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares, hoje temos perdido eles dentro do quarto!
Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo a distância, sabíamos o que se passava em suas mentes. Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem dispositivos eletrônicos em suas mãos. Quero deixar bem claro que não sou contra e nem capetizo tudo isso. Mas queridos, precisamos ser sinceros: temos perdido o equilíbrio.

Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança. Quanta imaturidade a nossa.

Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibamos o que é…
Alguns, como o garoto de São Vicente, perdem literalmente a vida, mas tantos outros aí, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo global de tanta informação e estímulos, de ídolos de youtube, de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares. Dentro de seus quartos perdemos os filhos pois não sabem nem mais quem são ou o que pensam suas famílias, já estão mortos de sua identidade familiar… Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles tem sido influenciados e país nem sempre já sabem o que seus filhos são.

Você hoje pode ler esse texto, amar, marcar os amigos. Pode enxergar nele verdades e refletir. Tudo isso será excelente. Mas como Psicopedagoga tenho visto tantas famílias doentes com filhos mortos dentro do quarto, então faço você um convite e, por favor aceite ! Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do fone de ouvido, convido você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por no mínimo 2 dias estabelecidos na sua semana a noite (além do sábado e domingo). E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos e tenha a grande oportunidades de tê-los vivos, “dando trabalho” e que eles aprendem a viver em família e se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal !

Cassiana Tardivo

13 coisas para pensar quando a vida estiver difícil

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Sidarta Gautama, o Buda nos deixou um legado de grande sabedoria. Entre tantas pérolas, separo 13 conselhos deixados para aqueles que vivem momentos difíceis. Existe, segundo Buda, uma forma de viver esses momentos de uma maneira mais tranquila e o segredo tem a ver com atitude:

1) AS COISAS SÃO O QUE SÃO

A nossa resistência às coisas é a principal causa do nosso sofrimento. Este acontece quando resistimos às coisas como elas são. Se não se pode fazer nada, relaxe. Não lute contra a correnteza, aceite ou então se consuma em seu sofrimento.

2) SE VOCÊ ACHA QUE TEM UM PROBLEMA, VOCÊ TEM UM PROBLEMA

Repare que tudo é olhado através de uma perspectiva. Em um determinado momento as coisas parecem difíceis, no outro não. Sabendo disso, caso tenha uma dificuldade escolha entendê-la como um desafio, uma oportunidade de aprendizado. Se enxergá-la como um problema, essa dificuldade será certamente um problema.

3) A MUDANÇA COMEÇA EM VOCÊ MESMO

Seu mundo exterior é um reflexo do seu mundo interior. Temos o hábito de achar que tudo ficará bem quando as circunstância mudarem. A grande verdade, no entanto, é que as circunstâncias só mudarão quando essa mudança ocorrer em nosso interior.

4) NÃO EXISTE APRENDIZADO MAIOR DO QUE FALHAR

O fracasso não existe!!! Entenda isso de uma vez por todas. Todas as pessoas de sucesso já falharam diversas vezes. Aproveite suas falhas como um grande aprendizado. Se fizer isso, na próxima vez estará mais perto do sucesso. A falha é sempre uma lição de aprendizado.

5) SE ALGO NÃO ACONTECE COMO O PLANEJADO, SIGNIFICA QUE O MELHOR ACONTECEU

Tudo acontece de forma perfeita, até quando dá errado. Muitas vezes, quando olhamos para trás, percebemos que aquilo que consideramos errado, na verdade foi o melhor que podia ter acontecido. No entanto, quando dá certo, certamente estamos alinhados com nosso propósito de vida. O universo sempre trabalha a nosso favor.

6) APRECIE O PRESENTE

Nós só temos o momento presente! Portanto não o deixe passar perdendo tempo com o passado. Valorize seu momento presente pois ele é único e importante. É a partir dele que cria sua vida futura.

7) DEIXE O DESEJO DE LADO

A maioria das pessoas vive a vida guiadas pelos desejos. Isso é extremamente perigoso, um desejo não satisfeito transforma-se em uma grande frustração. Frustação desencadeia uma energia negativa muito forte e retrai seu crescimento. Procure entender que tudo o que precisa vai chegar até você se cultivar sua felicidade incondicional. Pratique uma mente isolada, só assim suas emoções permanecerão felizes ou neutras.

8) COMPREENDA SEUS MEDOS E SEJA GRATO POR ELES

O medo é o contrário do amor, é quem mais atrapalha sua evolução caso não saiba entendê-lo. No entanto ele é importante na medida em que fornece uma grande oportunidade de aprendizado. Quando enfrenta e vence o medo, se torna mais forte e confiante. Superar seus medos requer prática, o medo é apenas uma ilusão e, acima de tudo, é opcional.

9) EXPERIMENTE ALEGRIA

Existem pessoas que se divertem com tudo o que lhes acontece. Mesmo na pior situação, riem de si mesmas. São pessoas felizes que enxergam crescimento em tudo. Essas pessoas aprenderam que é importante focar na alegria e não nas dificuldades. O resultado é que atraem muito mais situações felizes do que tristes.

10) NUNCA SE COMPAREM COM OS OUTROS

Você é único, veio aqui com uma missão só sua. E ela é tão importante quanto a de qualquer outra pessoa. Mesmo assim se não conseguir evitar comparações, compare com quem tem menos que você. Isso é uma ótima estratégia para perceber que tem sempre muito mais do que precisa para ser feliz.

11) VOCÊ NÃO É UMA VÍTIMA

Você é sempre o criador de suas experiências! Tudo o que lhe acontece foi atraído por você mesmo e extremamente necessário pra seu aprendizado. Quando algo que considera desagradável acontecer com você, agradeça e pergunte: “Por que será que atraí isso para minha vida?”, “O que preciso aprender com essa experiência?”.

12) TUDO MUDA

Isso também vai passar…palavras de Chico Xavier. Tudo nessa vida é dinâmico, tudo muda em um segundo. Portanto, não fique se lamentando. Caso não saiba o que fazer, não faça nada. O universo não para de mudar, crescer e se expandir, sendo assim espere, por que tudo vai passar.

13) TUDO É POSSÍVEL

Milagres acontecem todos os dia, e nós mesmos é que somos responsáveis por eles. Confie e acredite nisso. Na medida em que conseguir sua mudança de consciência, encontrará em você o poder de realizar milagres. É tempo de mudar e entender sua importância, a possibilidade que você tem de mudar o mundo. Acredite!!!!

Esse texto foi baseado na obra “13 things to remember when life gets rough” “13 coisas para lembrar quando a vida fica difícil”.

Texto de Roberto Legey
Fonte: Pense Positivo

http://www.contioutra.com/13-coisas-para-pensar-quando-a-vida-estiver-dificil/

Vem que eu te conto porque donos de gatos são tudo de bom

Vanelli Doratioto

Pessoas que gostam de gatos ou de cachorros têm personalidades bastante distintas. Enquanto os amantes de cachorros são mais sociáveis, os donos de gato são quase sempre dotados de um sedutor ar de mistério.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Carroll, nos Estados Unidos, mostrou que donos de gato têm uma alma livre, ou seja, não se prendem tanto às regras. Também são pessoas dotadas de grande sensibilidade, com um ar de introspecção notório e bastante abertas a novas experiências.

Para Denise Guastello, professora de psicologia e principal autora desse estudo, as diferenças de personalidade entre donos de gato e de cachorro podem estar relacionadas ao tipo de ambiente que essas pessoas preferem. Donos de cachorro gostam mais de sair, levar seu animal para passear, ver outras pessoas enquanto que donos de gatos, por serem mais introspectivos e dotados de grande sensibilidade, quase sempre preferem ficar em casa lendo um livro.

Se observarmos bem, donos de gatos têm uma característica muito importante: eles sabem respeitar a forma de agir do seu animal de estimação, sem exigir que o felino se expresse desse ou daquele jeito. Não exercem com seu animal qualquer relação de posse. Não exigem uma atenção desmedida ou eufórica, tão própria dos cães, para se sentirem amados. Não têm dentro de casa um animal que os vê como mestres, mas um de índole livre que os vê como igual.

Donos de gato têm, através do convívio com o seu animal, a possibilidade diária de exercitar a aceitação, e consequentemente, tomam como natural que os outros sejam como são. Em geral são pessoas que dão mais espaço àqueles com os quais se relacionam e percebem mais através da observação e menos através das palavras. Também é assim a linguagem felina, pois quase sempre ela se faz silenciosa. O gato observa muito antes de chegar até onde quer chegar.

Quem tem gato sabe que um gato não dissimula afeto. Não conhece o que é ser obrigado. Não se rende às ordens humanas. Para o gato, seu dono é um companheiro pelo qual ele terá uma imensa admiração ou aversão. E a admiração dele nunca é gratuita. Ela é conquistada no dia a dia e exige que o dono seja uma pessoa confiante.

Ter um gato é no fundo um jogo de conquista. Um jogo de verdades sem medidas. De sorrisos velados ou dentes serrados, tudo isso sem alardes. Um dono de gato provavelmente não curtirá relacionamentos recheados de demonstrações gritantes de afeto. Não terá necessidade de controlar os passos do seu parceiro. Não mendigará afeto ou tentará comprá-lo com o que é efêmero. Nada se obriga numa relação verdadeira entre duas pessoas. Na relação com um gato também não.

Um gato não ama por piedade ou interesse, ama porque reconhece em seu dono uma alma livre e poderosa, dotada de firmeza e cheia de amor-próprio, assim como a dele.

Dessa forma, não é difícil perceber que no quesito relacionamento donos de gatos estão um passo à frente. Respeitar a forma de amar do outro é muito importante para garantir a saúde de qualquer relação. E isso, dentre outras coisas, é algo muito bem sabido por quem tem um bichano ao alcance da mão.

http://www.contioutra.com/vem-que-eu-te-conto-porque-donos-de-gatos-sao-tudo-de-bom/

As certezas do mundo adulto nos infantilizam, diz psicóloga.

Evitar pessoas e dar espaço para si não é covardia, é sabedoria

Aos 66 anos, Rosely Sayão tem uma agenda mais lotada que estádio do Maracanã em dia de FlaFlu. Ligo para ela numa segunda-feira. Ela me atende com um tom de voz formal, sério. Não pode falar naquele momento e em nenhum outro daquela semana. Pergunta se posso retornar na próxima segunda para agendar a entrevista. Posso.

Ligo então no dia combinado e marcamos uma conversa para a quarta-feira. Nestes primeiros contatos, Rosely se mostra muito bem educada, mantem-se distante na medida certa para impedir qualquer observação apressada. Nesse entretempo, chego a pensar em enxugar a pauta para não lhe ocupar muito tempo e paciência, mas qual não foi a minha surpresa quando aquela senhora de postura formal se mostrou uma atenciosa e bem humorada locutora.

Rosely Sayão é psicóloga, consultora em educação e autora de livros como Educação sem blá-blá-blá (Três Estrelas, 2016) e Em defesa da Escola (Papirus Editora, 2004). Dona de vasto repertório conceitual, metodológico e científico, é uma das principais vozes da educação contemporânea no Brasil. Em suas colunas na Folha de São Paulo e na Band News FM, discute temas espinhosos de maneira clara e objetiva. Pois é, a mulher trabalha muito e tinha acabado de chegar de um compromisso quando finalmente me atendeu para uma entrevista exclusiva para a CONTI outra, onde falou das dificuldades e percalços não apenas na educação, mas também na relação cada vez mais complicada entre pais e filhos.

Rosely já era formada em psicologia quando teve o primeiro dos dois filhos e foi na raça que aprendeu a ser mãe. Na época, os amigos que tinham crianças com a mesma faixa etária costumavam dizer que para ela deveria ser mais fácil criar os filhos, já que era psicóloga. “Não é não. É mais difícil. Porque eu errava como todos. Só que, depois, quando eles iam dormir, eu sabia exatamente onde tinha errado”, lembra. “Os filhos ensinam a gente a ser mãe. Não é que eles ensinam nesse sentido daquilo que eu devo fazer. É com o filho, que muda dia a dia, que a gente vai aprendendo a construir o papel de mãe”.

Rosely acha importante salientar o respeito à individualidade de cada filho enquanto pessoa e que a fase de cada um deles é diferente. “Eu tenho um casal, então, me relacionar com a minha filha mais velha foi um aprendizado que depois não adiantou nada para me relacionar com meu filho. A mãe tem o mesmo endereço, mas não age da mesma maneira”, conclui.

Durante a infância e boa parte da juventude, Rosely Sayão costumava se reunir com a família em volta da mesa. Era um rito que fazia com que os laços familiares fossem renovados e discutidos e que hoje anda meio démodé para muita gente. “A mesa, no sentido material, faz com que as pessoas olhem umas para as outras. Não é um balcão. Enfim, ela pode ser oval, quadrada, retangular, redonda, mas as pessoas sentadas estão sempre voltadas umas para as outras. Isso facilita a reunião”, explica Rosely sobre o poder simbólico que tem essa mobília tão negligenciada pela pressa e pelo desinteresse de contato real.

“Eu considero que o aspecto mais importante do alimento é o de ser mediador social. Enquanto a gente come, a gente conversa, às vezes discute, às vezes briga, faz as pazes, opina sobre tudo e é assim que os afetos familiares se atualizam. É uma comunhão. Eu acho bonita essa palavra usada para alimentação em família.” Rosely também observa que as famílias contemporâneas podem até não partilhar da mesa em casa, mas que vão muito a restaurantes e lanchonetes. O problema é que pouco olham um para o outro e conversam entre si. A atenção está quase sempre voltada para o celular e para o tablet.

Confessa ficar impressionada quando vê uma família ou um casal entrar num restaurante, comer e sair sem trocar uma palavra sequer. Para ela, que foi influenciada de maneira positiva pelos rituais da mesa, o hábito da refeição familiar faz falta em nossa sociedade e afirma que “uma refeição pelo menos juntos – se não der todo dia, pelo uma vez na semana ou duas – ajuda a dinâmica familiar a se estabelecer”.

Outro tipo de comportamento comum entre os pais é o de tentarem se colocar para os filhos como amigos e não como figuras com autoridade. Segundo Rosely, isso não é saudável. “Não pode ser saudável, porque eles não são nem amigos nem parceiros nem nada; eles são pais. Quando eles (os pais) assumem outro papel, as crianças ficam órfãs de pai e mãe”, diz. “Agora, isso é resultado dessa ideologia fortíssima que nós entramos de que precisamos ser jovens a qualquer custo. Essa posição é fruto dessa ideologia da juventude eterna, do ser jovem até morrer”.

A esse fenômeno está atrelada a falta de conflitos entre gerações, que Rosely considera indispensável. Resumo da ópera: hoje em dia ninguém quer ser careta e sobra para os jovens, que acabam assumindo posições mais tradicionalistas para que assim tenham com quem brigar.

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Certezas Digitais

Um dos assuntos sobre os quais Rosely mais tem respondido é sobre o papel da tecnologia na sociedade contemporânea. Durante a conversa, ela se lembra entre risos de um amigo professor da USP que diz odiar o Google por ele ter acabado com nossa possibilidade de ter dúvidas. Rosely de certa forma concorda e diz que ter dúvidas é ótimo. “O mundo adulto é cheio de certezas e é cheio de criancices também. A criança tem certeza de tudo. Isso não deixa de ser uma infantilidade. Ela tem certeza de que vai dormir e acordar; ela tem certeza de que o papai e a mamãe estarão lá; ela tem certeza que vai ganhar presente no natal e que papai Noel vai dar o presente que ela pediu. A vida na infância é cheia de certezas e eu vejo o mundo adulto muito infantilizado hoje”, avalia.

“Eu não considero a tecnologia um problema. Eu acho que ela tem sido um refúgio para os adultos que não sabem mais se relacionar. A gente perdeu a mão de o que é conversar com outras pessoas, ouvi-las. A gente entrou numa de querer convencer os outros de que nosso ponto de vista é melhor”, comenta, antes de explicar que podemos contestar ideias e que é importante não sair por aí aceitando qualquer uma delas, mas defende que isso deve ser feito de maneira racional e não agressiva.

“O mais importante na vida é o relacionamento humano. É isso que nos ajuda a crescer, que nos interpela, que nos contesta; que nos faz repensar nossas posições; que faz a gente cultivar algumas virtudes. Hoje, o outro é invisível. Eu olho para o outro e vejo eu mesmo”, analisa. “E quando o outro não é o meu espelho, eu tento fazer com que seja. Se não tivermos posições diferentes no mundo, a vida vira uma chatice, não vai sair do mesmo lugar nunca mais. É isso que está difícil das pessoas entenderem”, completa.

Na opinião de Rosely, os professores, mesmo os mais jovens, ainda têm muito que caminhar em relação ao uso da tecnologia como ferramenta educacional. “Eu acho que poderia ter um uso interessantíssimo se fosse aliada do aprendizado, da reflexão, da pesquisa, da metodologia científica. Nós ainda não alcançamos esse patamar no uso da tecnologia”, diz. “Nós ainda temos olhar analógico e digital. Quando acabar a geração que ainda tem olhar analógico, talvez o pessoal consiga ter uso melhor e profissional para a tecnologia, que pode ser muito bem utilizada tanto na docência como em qualquer área científica”.

Luz no Fim do Túnel

Os pais estão muito mais presentes dentro das escolas dos filhos do que deveriam estar. Esse é o diagnóstico de Rosely, que atualmente estuda para escrever sobre o assunto com mais profundidade e de um jeito que não faça com que os pais queiram queimá-la em praça pública. Ela acredita que os pais “ficam sabendo de tudo o que eles fazem na escola, mas não deveriam saber, porque a escola é um lugar social; é o primeiro lugar social que a criança frequenta, onde ela deveria aprender a se virar sozinha, ser diferente daquilo que os pais querem que ela seja em casa”.

Outro assunto que tem gerado polêmica é sobre o questionamento de cânones como a lição de casa. “Eu sou absolutamente contrária a essa ideia de lição de casa” se posiciona. Sugere que em seu lugar poderiam ser propostos desafios, mas apenas de vez em quando e que fossem mesmo desafios para os estudantes. Rosely aponta que a escola ficou refém da demanda da sociedade que os pais representam e que por isso ela, a escola, acha que se não der lição de casa os pais vão ficar descontentes e o aluno é quem acaba pagando o pato. “Lição de casa não faz o menor sentido. Não é bom para os alunos, não é bom para os pais e não é bom para os professores. Não é bom para ninguém e a gente insiste”, critica.

O quadro tem mudado e algumas escolas já têm diminuído a carga de dever de casa. Ainda não são muitas, mas Rosely aposta que, à medida que essas escolas tiverem mais apoio da comunidade, isso pode afetar as outras também.

No seu entendimento, a relação entre psicologia e educação também não anda muito bem. “A maioria dos psicólogos que trabalham em escola ainda carrega uma formação de dar diagnóstico e sobram nomes complicados que a psicologia empresta à educação: discalculia, psicopedagogia, déficit de atenção, dislexia. Mas, quando a gente pega um desses temas e vai estudar, não há consenso científico. Nenhum deles. Então, eu vejo que a psicologia na educação carece de fundamentação teórica, científica e metodológica”.

Mesmo com tantos empecilhos no caminho do aprendizado e das relações familiares, Rosely Sayão é do tipo de pessoa que se recusa a engrossar o coro dos pessimistas e mantém as esperanças. “Eu boto fé na humanidade ainda; não sei por quanto tempo, mas ainda boto (risos). Ainda acho que a humanidade tem talento para ser humanidade”.

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